sábado, 14 de fevereiro de 2009

Estaca pro morcego, carinho pro lobo...!

Tem uma série de livros que ultimamente está sendo comentada em tudo que é canto: Twilight, ou Crepúsculo, com direito a filme e tudo o mais; porém tenha calma, leitor ou leitora, não é mais um texto sobre esse romance não! Usarei porém esse ponto de partida para onde quero chegar. Quem não leu a série até o segundo e terceiro livros poderá ter suas surpresas prejudicadas, estejam avisados.
A personagem de Twilight, a Bella, é apaixonada por um vampiro que tem tudo para ser o sonho dela, uma infinidade de qualidades, nenhum defeito... Imagine o sentimento de perda que ela não sentiu quando, em dado momento, Edward, o namorado-vampiro simplesmente foi embora, sem lhe dar razão nenhuma. O livro narra de maneira única o sentimento de abandono, perda, tristeza... E é quando aparece na história Jacob, um amigo que, já com visível paixonite, ajuda a garota a se reestruturar, divertir e passar o tempo. É claro que o sentimento de abandono não passaria tão fácil, mas vemos a lenta e progressiva melhora da Bella... Inclusive quando ela descobre o detalhe: seu amigo é um lobisomem. Para a ficção da autora, felizmente, o vampiro acaba retornando, a garota acaba largando o lobisomem pelo “seu grande amor” e a vida continua. Saco!

Agora posso entrar no tema em questão, e é algo que infelizmente eu vejo ocorrer o tempo todo, com garotas de todas as idades... Garotas fãs de Twilight, me perdoem: o Edward talvez seja perfeito, mas ele só existe no universo das páginas dos livros! É claro que pelo bem da história, a autora o fez voltar, o fez ter um bom motivo, o fez continuar sendo bom... Quem dera esse péssimo exemplo fosse verdadeiro aqui fora, mas não é.
Apaixonar-se é muito bom, e a bem da verdade, no começo tudo são flores, e com o tempo, podemos enxergar com clareza a verdadeira pessoa ao nosso lado, na plenitude de seus valores e suas falhas... No começo, porém, tudo é perfeição, tudo é idealizado. E me envergonho em ser homem nessas horas, quando um dos pretensos perfeitos, depois de chegarem até onde queriam com a menina vão simplesmente embora, geralmente sem dar quaisquer explicações. Perdi a conta de quantas amigas eu vi tristes por causas assim! E quero então chamar esse tipo de cara de vampiro, o que aparece pra pegar, pega e vai embora... A perfeição do vampiro não é assim tão perfeita...
E a pessoa nessa situação sofre, por que não? Se você estava certo de um romance ou apenas uma relação bacana, troca de carinhos, amizade, até amor e vê tudo isso sumir tão cedo, sem explicação, quem não ficaria triste? E na tristeza vem o erro: esperar pela volta do vampiro, como se ser novamente sugado fosse fazer algum bem real.

Aí entram os lobisomens da vida real: talvez você não o tenha notado na primeira vez. Porém, ele provavelmente estava ali antes, está ali durante sua decepção, diferente do vampiro, e também estará ali depois. É aquela pessoa que te quer bem, procura te entender e melhor de tudo, consegue. Mas não é muito fácil pros lobisomens; quantos deles são trocados por um vampiro, ou melhor, a ausência do vampiro? Quantas garotas conhecem e querem bem um cara que esteve sempre ao seu lado e tudo faz para ficar... mas que apesar disso, por “não ser certo” ou ainda “gostar de outro”, se mantém na espera? Eu friso... na vida real, e no fundo felizmente, o vampiro não volta.
Não ser certo? Garotas, acordem! O lobisomem não é burro, e sabe o que você está passando, ou entenderá quando souber. Ele não está pedindo paixão instantânea, não está exigindo amor, ele o está oferecendo! Se vocês realmente não o querem, tudo bem, é perfeitamente compreensível; não coloquem, entretanto, o “não ser certo” na sua lista de motivos. Ainda gosta de outro? Se ele gostasse de você a ponto de lhe fazer bem, o vampiro não teria partido. É essa a essência do Twilight da vida real: o vampiro não é o Edward, é apenas um vampiro; mas o lobisomem, ele de fato é real, com suas falhas, seus defeitos, mas também suas virtudes, sua vontade de lhe fazer bem e sorrir. Muitas estão numa fase adiante, porém ainda indefinida: estão tentadas a tentar, estão a ponto de, mas por receio ou medo, ficam aguardando. O mesmo acontece com a Bella, quando está a ponto de beijar seu lobisomem no 2º livro, o que ela teria feito se o vampiro não voltasse. Ela compreendia que ainda amava mais o vampiro, mas também compreendia que ele a deixara; compreendia que o sentimento não passaria tão cedo, talvez nem passasse!, mas aceitava que apesar disso, ela não podia retardar a busca da própria felicidade, estando alguém tão disposto a ajudá-la a seu lado.

Eu conheço, graças aos deuses, um caso de uma menina que enfrentou o vazio do vampiro e abraçou a causa do lobisomem. Tenho certeza que não foi fácil, de que não foram poucas as noites pensando, decidindo, contradizendo e temendo, mas a garota tomou a decisão. O que posso dizer? Sei que ela está feliz, porque muito difícil seria não estar quando se tem alguém que lhe ama ao lado. Ponto pro lobisomem.
A mensagem é essa, caro leitor, cara leitora... Não confundam os personagens da ficção com os amores da sua vida. A diferença reside que na vida real, o vampiro não volta; a semelhança é que, na vida real, o lobisomem sempre esteve e sempre estará ali. E pode sim, te fazer muito feliz.
Pelo tanto, comprem suas estacas, cruzes, borrifem água benta e usem cordões de alho, o que for! Livrem-se do vazio que um vampiro pode inspirar... e assim que encontrar, ponha a coleira em seu lobisomem. É isso mesmo que ele quer.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mamãe, papai, cresçam!

Não raro, você vê na tv, jornal ou qualquer mídia afim algum conservador (geralmente um cara irritado, mal encarado; uma mulher enrugada, cheia de maquiagem...) falando deus e o mundo dos tempos modernos, malhando a juventude e enaltecendo os "velhos tempos", que, de tão bons que eram, acabaram...
Mas não vamos discutir a validade dos ensinamentos daquela época, nem a inquestionável questionabilidade de muitas das futilidades no comportamento das pessoas nesse admirável mundo novo. Quero tratar, pois sim, daqueles que parecem não notar a passagem do tempo, a mudança inevitável dos comportamentos e atitudes...

O que eu cansei de ver são aqueles pais que tentam frear o mundo com o sua - na sua cabeça - exemplar atitude. É garoto que aos 16 não sai de casa sem que mamãe leve, é menina de 17 que não namora sem que papai saiba. É a cobrança impiedosa de uma conduta juvenil que já não é considerada normal, e pior, torna o adolescente muitas vezes mais distante dos demais sem qualquer necessidade.
E como eu tenho visto isso! Tenho amigos que, aos 17~18 anos, nunca beberam não porque não quisessem, mas porque não podiam; nunca tiveram namorada não porque não estivesse dando certo, mas porque mamãe implicava; não saíam, farreavam ou brincavam por aí porque papai o obrigava a estudar. E as meninas nessa situação, então, nem se fala... é menina que aos 18 não pode sair quando um rapaz chama, tem que implorar pra sair com uma amiga e que fica em casa trancada em período letivo ou de férias, invariavelmente...

Isso não leva a nada. Ou melhor, leva: leva naquela pessoa que fica introspectiva, séria, cria um monte de manias e nunca faz nada, que vê os dias passando mas não sabe o que fazer pra mudar. E se rebelar contra os pais (que nessa fase, têm praticamente a mesma força do mund0) não é um caminho assim tão simples, na maioria dos casos, o que prolonga o problema até sua inevitabilidade, já anos depois... depois de toda a fase boa de pré-adolescência e adolescência passar.
Adolescência e juventude, minha gente, é a idade de quebrar a cara! É a idade de fazer merda, é a idade de beber demais e ter ressaca, é a idade de apanhar por causa de garota alheia, é a idade de sair com o namorado, é a idade de experimentar, viver e agarrar... E desculpem, não há educação no mundo que seja completa sem isso.
Passei mal bocados com isso, gente que na idade de estar formando seu pensamento, tem o seu moldado e controlado por mamãe...


Por isso suplico, papais do mundo: cresçam!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Isso ninguém me tira

Ninguém me tira a vontade de vencer. Não importa se é um puta objetivo, se é uma coisa simples, um anseio ou só um sonho, a minha vontade de chegar lá não abala.

Ninguém me tira meus filmes de zumbi. É trash, é tosco, é gosmento, e faz o Márlio rir.

Ninguém me tira a amizade, porque a amizade é o maior presente do ontem, o combustível do hoje e a felicidade que se pode ter amanhã, é o que te faz ter certeza que o mundo ainda vale a pena.

Ninguém me tira meus livros que, depois dos grandes amigos, são os melhores companheiros de uma vida.

Ninguém me tira a esperança, até porque é impossível destruir algo que é como chocolate: se você acabar com tudo, vai ficar com vontade e correr pra comprar mais.

Ninguém me tira meu PC, porque caramba, vida sem pc não é vida.

Ninguém me tira a paixão. Eu só me fodo com ela, mas aah, é um vício impossível de perder.

E nada vai me parar de postar aqui de novo, mesmo que seja coisa ruim. Porque ter leitores faz-me lembrar que, apesar de tudo, existem pessoas dispostas a ouvir.
Isso ninguém me tira.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Missão cumprida

Caso não tenham notado, no último post eu falei que passei no vestibular. Pois bem, vou falar um pouco disso...:

Todos os últimos dias me peguei pensando no meu ensino médio: no 1º ano complicadíssimo, no 2º ano insosso e no 3º ano que botou tudo pra quebrar. No futuro, mesmo agora, nós já notamos como as coisas ensinadas que não vamos mais usar se assentam no cérebro... mas vemos o quanto esse diplomazinho não está lá pra bonito.
No ensino médio, o adolescente "se prepara para a vida", sempre falam isso, mas de que forma? E eu respondo, se prepara pra vida rindo, brincando, se divertindo, apanhando, sofrendo, fazendo provas e trabalhos, indo pras festas dos amigos, xingando ou elogiando professores... Tudo o que ele faz no ensino médio é relevante, desde aquele possível inútil trabalho de artes (mas que reuniu os amigos pra "fazê-lo" e ver um filme), até aquela prova "inútil" de física, que o obrigou a ter perseverança de ficar sentado por quatro horas estudando.
Não, ele talvez nunca mais utilize as artes ou a física! Mas o momento de ver o filme, mesmo que se dilua com tantos outros, permanece. A evolução da persistência permanece, mesmo que os cálculos de termodinâmica desapareçam. E pois assim que é, o ensino médio, sem te preparar, te prepara para a vida.

Vestibular é uma etapa fundamentalmente adolescente, embora atinja pessoas também mais velhas. É um método meio injusto, penso eu, mas sabe-se lá se outro método ia funcionar na bagunça que é a educação no país. Fora a discussão inteira sobre cotas, que abrange com força o estado - e como sabem, sou ferrenhamente contra. Vestibular não é lugar pra justiça social.
Mas independente disso, é uma passagem, não é? Você senta uma sala cheia de estranhos, com tempo marcado, e assinala no papel o que você sabe, mostra o que você não sabe e também define sua capacidade de mesmo sem saber, acertar. É certo que muita gente que merece fica de fora, mas aí vem a segunda avaliação do vestibular, na paciência, na persistência, e por que não na sorte?

Faculdade... esse terreno aí eu já desconheço. Mas promete.
Vamos ver no que vai dar!


Márlio.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Opa, e aí!~

Depois de uma temporada no inferno (vulgo meses pré-vestibular), uma visita ao sétimo círculo de satã (o vestibular propriamente dito), a liberação de viagem pelo purgatório (alguns chamam de formatura...), um drinque com são pedro no começo do nirvana (passei! passei! PASSEEEEI!), o mal filho à boa casa torna e cá está o Márlio, pessoas.

Por boas e más novidades, digo que o mundo não é mais o mesmo...:
- Os EUA têm um presidente negro
- Eu vi o filme "Crepúsculo". Meu Deus...
- A matemática está oficialmente fora da minha vida
- Eu passei em História e Direito!
- Meu animal de estimação novo morreu. De novo.
- Já comentei que passei no vestibular?
- No tarô, só retiro o arcano "O Enamorado". Sai pra lá, da última vez foi fria!
- Meu projeto de férias está se realizando, breve detalhes, muahahahaw
- Eu passei na Udesc e na Ufsc, sabiam?

Enfim, anunciado meu retorno, clamadas as honras e impostas as taxas, os portões de meu blog estão novamente abertos à vocês.
Sejam bem vindos à uma nova era.


Márlio.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um ponto de um conto

Bom, aí vai:


"Os quatro dias de sufoco sumiram de sua mente, não como se fossem expulsos, mas como se não houvessem existido. Enquanto durou sua aproximação, a dança rítmica e quente, o calor gradativamente levando seu rubor ao dele... Puxou-o pela nuca para mais próximo de si. Queria, e também sabia que ele o queria, manter-se ali para sempre!
A paixão talvez seja o túmulo e epitáfio da saudade quando faz-se presente – e Cris bem sabia que, como os que já conhecia, a saudade erguer-se-ia do túmulo tão logo as horas passassem. Romperam o beijo mas não o laço; continuaram ali, abraçados, por um bom tempo, as estrelas e uma solitária coruja como únicas testemunhas do encontro saudoso."




Márlio.

domingo, 5 de outubro de 2008

Fio de navalha

Salve!

Hoje eu quase morri. Literalmente.

Domingo de eleições, Márlio e sua mãe votam no mesmo lugar, e acordaram cedo pra ir lá sem pegar filas. Márlio sai de casa e está indo até o portão, para abri-lo...
... tava uma ventania desgraçada. E um vaso, lá da sacada (uns 3,5m acima?), com seus 60cm de diâmetro e cheio de terra simplesmente cai...
... e a uns 30cm da minha cabeça.
Se eu tivesse saído 5s depois, acho que tinha ido.
Nada como começar bem a semana.


Sei que isso é bastante clichê, mas conseguiu me dar uma idéia da própria mortalidade. Agora, claro, eu estou brincando com o assunto - tem como sobreviver sem rir da vida?
Mas quando eu vi aquele vaso caindo e explodindo ali do meu lado, um caco bem grande passando rente a mim, e a consciência de que aquilo na cabeça de alguém seria mortal, tive plena certeza do quanto, apesar de tudo, nós queremos viver.
Na mesma hora, por uns 10s, eu pensei nos meus dias passados e em tanta coisa que eu poderia ter perdido por causa de um vaso. Ah, é um sinal. Ou destino.
Nada de deixar as coisas - e pessoas - que eu quero pra depois.

Recomendação do blog Toca do Márlio e seus afiliados: nunca deixe vasos pesados pendurados na sacada.


Márlio.