Tem uma série de livros que ultimamente está sendo comentada em tudo que é canto: Twilight, ou Crepúsculo, com direito a filme e tudo o mais; porém tenha calma, leitor ou leitora, não é mais um texto sobre esse romance não! Usarei porém esse ponto de partida para onde quero chegar. Quem não leu a série até o segundo e terceiro livros poderá ter suas surpresas prejudicadas, estejam avisados.
A personagem de Twilight, a Bella, é apaixonada por um vampiro que tem tudo para ser o sonho dela, uma infinidade de qualidades, nenhum defeito... Imagine o sentimento de perda que ela não sentiu quando, em dado momento, Edward, o namorado-vampiro simplesmente foi embora, sem lhe dar razão nenhuma. O livro narra de maneira única o sentimento de abandono, perda, tristeza... E é quando aparece na história Jacob, um amigo que, já com visível paixonite, ajuda a garota a se reestruturar, divertir e passar o tempo. É claro que o sentimento de abandono não passaria tão fácil, mas vemos a lenta e progressiva melhora da Bella... Inclusive quando ela descobre o detalhe: seu amigo é um lobisomem. Para a ficção da autora, felizmente, o vampiro acaba retornando, a garota acaba largando o lobisomem pelo “seu grande amor” e a vida continua. Saco!
Agora posso entrar no tema em questão, e é algo que infelizmente eu vejo ocorrer o tempo todo, com garotas de todas as idades... Garotas fãs de Twilight, me perdoem: o Edward talvez seja perfeito, mas ele só existe no universo das páginas dos livros! É claro que pelo bem da história, a autora o fez voltar, o fez ter um bom motivo, o fez continuar sendo bom... Quem dera esse péssimo exemplo fosse verdadeiro aqui fora, mas não é.
Apaixonar-se é muito bom, e a bem da verdade, no começo tudo são flores, e com o tempo, podemos enxergar com clareza a verdadeira pessoa ao nosso lado, na plenitude de seus valores e suas falhas... No começo, porém, tudo é perfeição, tudo é idealizado. E me envergonho em ser homem nessas horas, quando um dos pretensos perfeitos, depois de chegarem até onde queriam com a menina vão simplesmente embora, geralmente sem dar quaisquer explicações. Perdi a conta de quantas amigas eu vi tristes por causas assim! E quero então chamar esse tipo de cara de vampiro, o que aparece pra pegar, pega e vai embora... A perfeição do vampiro não é assim tão perfeita...
E a pessoa nessa situação sofre, por que não? Se você estava certo de um romance ou apenas uma relação bacana, troca de carinhos, amizade, até amor e vê tudo isso sumir tão cedo, sem explicação, quem não ficaria triste? E na tristeza vem o erro: esperar pela volta do vampiro, como se ser novamente sugado fosse fazer algum bem real.
Aí entram os lobisomens da vida real: talvez você não o tenha notado na primeira vez. Porém, ele provavelmente estava ali antes, está ali durante sua decepção, diferente do vampiro, e também estará ali depois. É aquela pessoa que te quer bem, procura te entender e melhor de tudo, consegue. Mas não é muito fácil pros lobisomens; quantos deles são trocados por um vampiro, ou melhor, a ausência do vampiro? Quantas garotas conhecem e querem bem um cara que esteve sempre ao seu lado e tudo faz para ficar... mas que apesar disso, por “não ser certo” ou ainda “gostar de outro”, se mantém na espera? Eu friso... na vida real, e no fundo felizmente, o vampiro não volta.
Não ser certo? Garotas, acordem! O lobisomem não é burro, e sabe o que você está passando, ou entenderá quando souber. Ele não está pedindo paixão instantânea, não está exigindo amor, ele o está oferecendo! Se vocês realmente não o querem, tudo bem, é perfeitamente compreensível; não coloquem, entretanto, o “não ser certo” na sua lista de motivos. Ainda gosta de outro? Se ele gostasse de você a ponto de lhe fazer bem, o vampiro não teria partido. É essa a essência do Twilight da vida real: o vampiro não é o Edward, é apenas um vampiro; mas o lobisomem, ele de fato é real, com suas falhas, seus defeitos, mas também suas virtudes, sua vontade de lhe fazer bem e sorrir. Muitas estão numa fase adiante, porém ainda indefinida: estão tentadas a tentar, estão a ponto de, mas por receio ou medo, ficam aguardando. O mesmo acontece com a Bella, quando está a ponto de beijar seu lobisomem no 2º livro, o que ela teria feito se o vampiro não voltasse. Ela compreendia que ainda amava mais o vampiro, mas também compreendia que ele a deixara; compreendia que o sentimento não passaria tão cedo, talvez nem passasse!, mas aceitava que apesar disso, ela não podia retardar a busca da própria felicidade, estando alguém tão disposto a ajudá-la a seu lado.
Eu conheço, graças aos deuses, um caso de uma menina que enfrentou o vazio do vampiro e abraçou a causa do lobisomem. Tenho certeza que não foi fácil, de que não foram poucas as noites pensando, decidindo, contradizendo e temendo, mas a garota tomou a decisão. O que posso dizer? Sei que ela está feliz, porque muito difícil seria não estar quando se tem alguém que lhe ama ao lado. Ponto pro lobisomem.
A mensagem é essa, caro leitor, cara leitora... Não confundam os personagens da ficção com os amores da sua vida. A diferença reside que na vida real, o vampiro não volta; a semelhança é que, na vida real, o lobisomem sempre esteve e sempre estará ali. E pode sim, te fazer muito feliz.
Pelo tanto, comprem suas estacas, cruzes, borrifem água benta e usem cordões de alho, o que for! Livrem-se do vazio que um vampiro pode inspirar... e assim que encontrar, ponha a coleira em seu lobisomem. É isso mesmo que ele quer.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
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5 comentários:
Haahahau. Ficou muito bom mesmo! Bem a essência do que conversavamos. Adorei!
uhn.. olha, acho que vc foi bem fundo na história. concordo que a história da espera eterna pela volta do amado que a abandonou é ridícula e devemos realmente aceitar o lobisomen que der a oportunidade.
na história eu acho que tem sentido o abandono e eu não acho que ela estivesse esperando. ela tentava lidar com o sofrimento, era algo como "queria poder acreditar que fosse voltar, mas ele não vai".. tanto que ela pensa em dar a chance, mas algo a impede né.
Não sei márlio, acho que tu simplificou demais os papéis, é claro que esse tipo de coisa acontece, e todos os dias, mas há bilhões de pessoas no mundo, então claro que isso se enquadra em muita gente, mas ainda acho que ver esse tipo de questão sob o ponto de vista de ficção barata não é a melhor alternativa, a não ser é claro que você esteja escrevendo para meninas uahuahuahuahauhauhauahua
abraços carinha
olha... fazia tempo que eu não vinha aqui. até que resolvi dar um "oi".
Me deparo justamente com o que passo agora.
Com o que me falasses outro dia.
É verdadeiro, mas agora me di, como identificar o lobisomen?
eaw amrlio, nem sabia que tinhas um blog... devia ter me contado di gente trocava links ;D
tem que arrumar esse template ai!
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